Me
irmano à dor, imensa dor da mãe de REBECCA, hoje uma mulher doente, tomando
vários medicamentos tarja preta diariamente, é como ela mesma diz, somente
Deus, na sua eterna bondade para mantê-la viva, viva materialmente, pois ela
hoje é um cadáver ambulante, decepcionada, deprimida, desiludida, com problemas
neurológicos e com a família em ruínas, até o seu casamento acabou, é sim, uma
mulher morta pela dor, pela angustiante agonia que não foge do seu eu, trazida
sempre pela lembrança da morte da filha.
Rebecca nasceu às 13h28 de uma quarta-feira, no então Hospital São Domingos da cidade de Bayeux, foi registrada REBECCA CRISTINA ALVES SIMÕES, nasceu sadia, bonita, pronta receber carinhos da família orgulhosa e vaidosa pela sua presença e assim aconteceu, se transformando numa criança querida, educada e profundamente afeiçoada á sua mãe. Se transformou numa adolescente exemplar, educada, sincera, leal, portadora de caráter exemplar, estudiosa e atenta ás regras religiosas, frequentava assiduamente um templo cristão.
Rebecca nasceu às 13h28 de uma quarta-feira, no então Hospital São Domingos da cidade de Bayeux, foi registrada REBECCA CRISTINA ALVES SIMÕES, nasceu sadia, bonita, pronta receber carinhos da família orgulhosa e vaidosa pela sua presença e assim aconteceu, se transformando numa criança querida, educada e profundamente afeiçoada á sua mãe. Se transformou numa adolescente exemplar, educada, sincera, leal, portadora de caráter exemplar, estudiosa e atenta ás regras religiosas, frequentava assiduamente um templo cristão.
Ela
tinha 15 anos, era uma florzinha debutando, estreando, se iniciando na vida
deste mundo cão, inclemente, misterioso, onde habitam forças malignas, capazes
de furtar a alegria e a felicidade de uma família e assim ocorreu, esse mundão
esquizofrênico, num dia que tinha tudo para ser de glória, se tornou fatídico,
ignominioso, derramando sobre uma família humilde, o pior de todos os abalos, a
mais sentida de todas as comoções, a subtração da vida do mais predileto dos
humanos, uma filha gerada, parida e criada com a mais excessiva e vigorosa
lisonja e a mais sublime das ternuras.
Dona
Tereza Cristina a mãe de Rebecca, é vítima de outra intolerável violência,
daquela gerada pelas instituições estatais, ela não consegue introjetar no seu
intelecto de mãe, o motivo pelo qual, o Estado da Paraíba não esclareceu até
hoje, quem foram os destruidores da existência da sua mimosa flor e na sua dor,
na sua colossal decepção, o entendimento de que outra violência recai sobre
suas fragilidades, se torna cristalino e incontroverso.
Tenho
para mim que desde o início as investigações foram direcionadas para
possibilidades inexistentes, apesar de os autos apontarem os criminosos,
ninguém nunca foi atrás dos mesmos, eu mesmo já escrevi aqui dando as pistas,
verberando que os algozes que exterminaram o mais doce e valioso ornato da mãe
já sem fé e ela tem razão, pois, desde o início tudo é mantido sob sete chaves,
nada é revelado, mas as suspeitas existem, foram mais de um celerado que
praticou essa ação criminosa, mas o primeiro delegado não foi atrás, mesmo o
processo gritando para ele os nomes dos criminosos, depois uma autoridade
policial que estava puxando a meada e chegando ao dado negado, foi abruptamente
afastada e depois daí, a coisa caiu num estado de frouxidão, com outros três
delegados assumindo o fato, mas sem mergulharem neles como deviam, como todos
esperam.
A
incompetência e descompromisso policial deram força aos famigerados assassinos,
aos sicários estupradores, quando num gesto desastrado, desesperado e tenho
para mim, inteiramente imprudente, o Secretário de Segurança da Paraíba,
ofertou em cadeia de televisão, de rádio, de jornal e nas mídias sociais,
recompensa para quem fornecesse dados acerca da autoria criminosa, iniciativa
que aos olhos e ouvidos dos proxenetas da honra e algozes da vida, soou como um
grito de incompetência e de confissão, de que eles podem ficar tranquilos,
porque até agora a polícia não sabe quem são eles e se não nos mobilizarmos,
com esse descaso, possivelmente nunca.
Mas
os fólios do processo inquisitorial à todo tempo, num coro afinado e
ensurdecedor, como numa trovoada incessante, estrepitosa e retumbante, apontam
com o dedo indicador, aonde estão os carrascos e verdugos executores de
Rebecca, bem pertinho de onde ela mora, nos arredores da sua casa, do Colégio
Militar, basta seguir os sinais existentes, a moderna geografia do crime,
aliado ao conhecimento de criminalística, medicina legal, análise de discurso,
vestígios e até prova contidos no bojo do feito que com certeza dormita nos
escaninhos de uma delegacia ou de uma vara criminal. Espero que esse dormitar
não seja eterno e que o Estado da Paraíba, salde esta inominável dívida com a
genitora de Rebecca.
Promotor
Marinho Mendes
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