quarta-feira, 19 de setembro de 2012

UM GOVERNO CONTAGIADO PELA SÍNDROME DE ESTOCOLMO

A Síndrome de Estocolmo recebeu este nome em virtude da ocorrência do famoso assalto de Norrmalmstorg do Kreditbanken em Norrmalmstorg, Estocolmo, que durou de 23 a 28 do mês de agosto do ano 1973. A síndrome consiste nas pessoas vitimadas passarem a gostar dos seus algozes, ou seja, as vítimas que ficaram reféns naquele episódio de Estocolmo durante seis dias, passaram a defender seus sequestradores, mesmo depois de libertos, e defenderam os criminosos nos processos policiais e judiciais. O caso mais famoso e mais característico do quadro da doença é o de Patty Hearst, que desenvolveu a doença em 1974, após ser sequestrada durante um assalto a bancorealizado pela organização militar politicamente engajada (oExército de Libertação Simbionesa). Depois de libertada do cativeiro, Patty juntou-se aos seus captores, indo viver com eles e sendo cúmplice em assalto a bancos.

 É importante anotar-se, que o processo da síndrome ocorre sem que a vítima tenha consciência disso e por tal ocorrência, queremos entender que o Governo do Estado da Paraíba foi contaminado pela síndrome e ainda não se deu conta de que encontra-se agudamente doente.

Para garantir o que ora verberamos, temos a dizer que já vão se completar vinte e um dias, desde a famigerada ocorrência registrada no interior do Presídio Estadual Romeu Gonçalves de Abrantes –PB1 e até o momento atual contemporâneo, a pessoa jurídica de direito público Governo do Estado da Paraíba, pasmem, não afastou o diretor, autor comprovado da ilegalidade.

Isto é gostar de quem o prejudica, é se encontrar "sindromizado", um governo tem que gostar do legal, do ético, do equilibrado e não de quem lhes causa vexames, lhes expõe sem necessidade, de quem conduz as funções de forma equivocada, mas o pior, o governo o protege e a sua comissão não nos frenará, iremos a todos os espaços dizer que o Major Sérgio é o queridinho do governo, e aí não nos importam quem sejam seus padrinhos, se o governo não estivesse maculado pela síndrome de Estocolmo, enxergaria que se existem protetores do diretor no anonimato, o prejuízo não é deles, mas do governo.

Senhoras e Senhores, se o Governo do Estado não estivesse manchado pela síndrome, perceberia sem maiores dificuldades, que o grande culpado pela destruição do Presídio PB1 é o Major Sérgio, o que prendeu de forma abrupta, destemperada e ilegal os Conselheiros dos Direitos Humanos, sim. é ele o único causador do prejuízo, por faltar-lhe competência para gerir um naco de administração repleta de complicações, por faltar-lhe capacidade para entender que não é com agressões, com regras humilhantes e absurdas, com tratamento descortês e desumano a familiares e internos que se dirige, mas com disciplina, respeito e até penalidades quando necessário, e por isto mesmo, acabou por gerar um clima de insatisfação tão imenso, tão insuportável, que os presos expressaram toda a sua revolta na destruição do patrimônio público.

A coisa é tão plausível, que apontem outro presídio onde as regras sejam respeito, disciplina e tratamento humano que foi destruído? Somente o PB1, onde o descontentamento com o diretor é patente, é notório e sua permanência é nociva, a prova é a prisão dos conselheiros, mas a doença impossibilita o governo de enxergar desse modo, e até quando, até quando Oh Catilinas, abusarás da nossa paciência, pensando sermos todos ingênuos, bobos da corte, essas vestimentas não cabem nos Conselheiros Estaduais..

A síndrome que adoeceu o governo, torna-o míope para enxergar que o Secretário de Administração, o Gerente do Sistema Penitenciário são reféns do diretor, não se sabe por quais motivos. A fraqueza dos que fazem o sistema prisional paraibano é de causar depressão, aguda tristeza, eles, desde o Secretário ao Gerente do GESIPE não possuem pulsos para afastar o diretor, que segundo informes, desconhece suas autoridades, que coisa mais degradante.

A indagação é: será que essa doença tão ignominiosa, que não permite o governo de quem esperávamos um choque nas más práticas neste torrão tão sofrido vislumbrar os desumanos chapões, os maus tratos, a destruição causada em prisões pela inaptidão administrativa e a militarização ainda tem cura? ou já se encontra em estado tão avançado que o diagnóstico seja: desenganados.

Promotor Marinho Mendes

sábado, 8 de setembro de 2012

CONSELHEIROS DOS DIREITOS HUMANOS NÃO USAM MÁSCARAS

Caros leitores, os Conselheiros dos Direitos Humanos do Estado da Paraíba não usam máscaras, não se utilizam da clandestinidade, mostram seus rostos, suas ações, respeitam a todos, zelando pelo nome dos bons policiais, militares, civis e agentes penitenciários, inclusive defendendo-os quando vítimas de perseguição, de abuso moral e outros atos miúdos que vez por outra alguns desses valorosos servidores são alvos.
Não usamos máscaras, tanto é que percorremos os gabinetes da OAB, dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, buscando a nomeação de concursados para o setor penitenciário e da segurança pública, além de realizar busca ativa em prol dos direitos desses abnegados trabalhadores.
Nós somos mulheres e homens trabalhadores, eu por exemplo já fui agricultor (já puxei enxada), ajudante de pedreiro, de caminhão e aos 14 anos de díade fiquei órfão de pai e mãe, trabalhei como empregado doméstico, levava três filhos do patrão para a escola todos os dias, um no cangote e outros nos quartos e depois lavava a casa e fazia a comida, somente aos 16 anos vesti uma cueca, meu patrão mandava costurar o calção, mas não comprava a cueca e aos 17 calcei o meu primeiro sapato, um kichute comprado no meio da feira da minha cidade, num fim de feira . E por isto mesmo, nem eu e nem meus colegas não fazem uso dessa alegoria, que mais se adequa a covardes, pusilânimes, desinformados, que ignorando causas, sonhos, ideais, lutas, simplesmente, de forma perversa, difamam e infamam essas pessoas, cujo salário, é simplesmente o prazer de ter contribuído com uma boa causa, a causa daqueles que são invisíveis, por serem miseráveis, ou visíveis por carregarem nos ombros uma pecha que essa sociedade lhes tatuou, seja ela qual for, inclusive a de criminoso.
Não, não usamos máscaras, não somos míopes, como Promotor de Justiça já roguei pela condenação de dezenas de acusados, hoje presos e componentes do nosso sistema prisional, e continuarei fazendo isto, não viverei para ver homicídios, estupros e outros delitos vis de cima de uma guarita, onde pretensamente, alguém recebendo dinheiro do Estado, dos contribuintes, se omite, por covardia, por descaso ou por puro sadismo. Não, isto não farei e meus colegas não farão nunca, inclusive, sem a farda que não é sua, é de todos nós, sem o fuzil que você colocou entre as pernas que tremiam de medo ou de concupiscência, de forma que você, medrosamente, terrivelmente ajoelhado às trevas da omissão insana, perversa e ignominiosamente criminosa, deveria ter feito, mas não fez.
Não usamos máscaras não, não vivemos em gabinetes, eu pelo menos ando numa moto YBR ano de fabricação 2007, vou a todos os lugares, faço muitas vezes o seu trabalho, pois policio ruas, vou atrás de traficantes, de sórdidos ladrões, mas também, sem máscara, temos vários programas sociais na nossa promotoria e agora no CEDHPB, para os idosos, crianças, adolescentes, adultos, sempre em nome de um grande projeto que até hoje o nosso governo não deu notícias, pois ele deveria ser o titular, “CRIAÇÃO DE UMA CULTURA DE PAZ”.
Não usamos máscara não senhor, nós somos a favor das vítimas da violência urbana, racial, do enfermo, do portador de HIV, e enquanto você que só atira pedras em nós e nem a você nunca nos dirigimos, mas respeitamos, estávamos em Mari levando solidariedade às vinte vítimas de homicídio somente em seis meses (Mari é uma das cidades mais violentas do mundo), cobrando das autoridades constituídas providências e enquanto você destila sórdidas verrinas contra nós, lhes informamos que iremos à Queimadas, também cobrar diligências do governo e levar a mais irrestrita solidariedade às mulheres e famílias vitimadas na terrível tragédia do mês de fevereiro passado.
Não usamos máscaras, não fazemos apologia ao crime e nem aos criminosos, mas isto é comezinho na formação humana, tanto é que se encontra nos nossos regramentos, que uma vez segregado, o ser humano, por mais reprovável que tenha sido sua conduta, não poderá ser submetido a tratamento desumano e cabe ao Estado envidar esforços para manter a sua vida com dignidade, além de incumbir à entidade de direito público o combate ao crime perpetrado por ele, mas acima de tudo, cobrar dos seus agentes o mais legítimo respeito ás leis (mas você acha mais bonito que um agente público, armado, em grupo, em tormentosas noites, espanque essas pessoas, se nivele àquilo que você mesmo condena e concorda com isto, aí já é um problema de inversão de caráter e não temos jeito).
De forma que não usamos máscaras, nem pretas, nem de cor nenhuma, e é até anticristão defender quem as usam, para torturar presos, seja sob qualquer acusação, nas caladas da noite, nas noites frias e tenebrosas da insensatez, da falta de atitude humana, da covardia intolerável, quando deviam tirar as máscaras de fracassados tão bem escondidas e não assumidas e vir construir um novo cenário, o cenário da construção de uma nova ordem, inclusive de que como servidor estatal, também deve o mais cristalino respeito à legalidade.
Assim, mais uma vez, não usamos máscaras, nos mostramos de forma colorida e sem nenhum remorso, medo, subserviência, recalque e por sermos bem resolvidos, repito: NÃO USAMOS MÁSCARAS, garanto, me responsabilizo.
 
Promotor Marinho Mendes