Os mentirosos sempre inventam, criam algo sobre alguma coisa ou alguma coisa sobre coisa nenhuma. São criativos e se realizam ao reproduzirem a mentira proferida. Geralmente eles não têm noção da gravidade do que dizem ou fazem. Mentem pelo prazer, quase necessidade, de falsificar ou imaginar coisas que gostaria que de fato tivesse acontecido ou viesse a acontecer.
Para
o simples mentiroso, mentir é uma forma de realização pessoal. Porque
ele não mente apenas por gostar de falar sobre o que não existe, mas
pela sensação de sentir que pode ser verdade. Ou seja, ele se apossa da
mentira e sente como verdade. O que de fato é o objetivo final,
construir a sua verdade, o seu mundo, completamente desconexo da
realidade. O mentiroso muitas
vezes não é mau, é um lunático apenas. Geralmente é facilmente
identificado pela freqüência com que profere inverdades e pela eterna
incoerência em seus discursos.
Contraditório
e inseguro por natureza, o mentiroso deixa de ser perigoso quando passa
a ser percebido, tornando-se uma figura cômica, ridicularizada pelos
seus discursos desconexos e pela eterna falta de objetividade.
Enquanto
aos mentirosos de primeiro grau, continue sem dar credibilidade, um dia
provavelmente ele irá perceber que não é levado a sério, que conquistou
a incredulidade das pessoa. A partir daí talvez sinta algum tipo de
necessidade de construir uma vida conexa com a realidade. Ou então por
algum outro motivo possa de fato procurar um bom terapeuta que o leve a
isso...
Gizelle Saraiva
Pesquisadora e Escritora
Tribuna do litoral
Gizelle Saraiva
Pesquisadora e Escritora
Tribuna do litoral
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