sábado, 16 de junho de 2012

Leia artigo do Dr. Marinho Mendes: TRIUMPH DES WILENS - O TRIUNFO DA VONTADE


“finja! Crie um personagem e finja ser ele. Quem enfrenta a realidade enlouquece, a única saída para a sanidade é uma dose de alienação…” (Domingos Oliveira, citado por Fernanda Torres, Folha de S. Paulo de 05.02.2011, p. E18).

No ano de 1934, durante o 6º Congresso do Partido Nazista, a cineasta Leni Riefenstahl, documentou de maneira impressionante, com utilização de uma magia e truques artísticos nunca vistos, a glorificação de forma gigantesca o evento, levando os participantes e a nação alemã a uma verdadeira catarse ou lavagem cerebral, os quais passaram a partir daquele momento, a defenderem de forma cega tudo que o partido pregasse, transformando-se no filme de propaganda política mais conhecido da história do cinema.
Não pretendemos, não é intenção nossa verberar que este ou aquele chefe de governo utiliza a propaganda para alijar da mente dos seus governados qualquer resquício crítico ou de contestação.
Mas sinceramente, para que nos convençamos embevecidos e ufanosos de que as estatísticas jubilosas apresentadas pelo governo estadual, cujos dados foram fornecidos de forma portentosa pelos assessores da segurança pública, de que os crimes letais intencionais retrocederam em quase 5% (cinco por cento), teremos que obrigatoriamente entrar em catarse, em inebriante transe, e nesse estado alterado de todas as faculdades sensoriais, incorporarmos um personagem e passar a fingirmos que somos ele mesmo.
Ora, então para encararmos essa tormentosa realidade, objetivando a sanidade, irei tomar a dose de alienação recomendada, não sou de ferro e indago a mim mesmo: como se chamará meu personagem? Serve Mamulengo? Então tá bom: me chamo Mamulengo e finjo que sou ele e acredito que os homicídios, os latrocínios, as mortes encomendadas, os homicídios de trânsito, as lesões corporais seguidas de morte, os homicídios por dívidas de drogas, os assaltos, o tráfico de drogas, verdadeiramente diminuíram em relação ao ano que se foi nesta gloriosa Paraíba.
Acredito mesmo, tanto é verdade, que após a bombástica e crepitosa entrevista, sem dúvida retratada por alguma Leni Riefenstahl, me recuso, me nego a crer, até sob pena de fuzilamento, de que DUAS MULHERES FORAM RETALHADAS, DE QUE MAIS QUATRO MULHERES FORAM MORTAS DE UMA VEZ SÓ E DE SOBREMESSA UM HOMEM TAMBÉM (num lugar conhecido da polícia – Cracolândia de Mangabeira), afora outros tantos que a imprensa policial trouxe a conhecimento do público interessado, foram executadas após a bombástica entrevista coletiva, aliás, aliás.
Sinceramente, Mamulengo não duvida que profissionais competentes renomados foram contratados para analisar os dados forma técnica e independente, de que órgãos diversos, a exemplo das Secretarias de Saúde da Capital e do Estado, Delegacias, Polícia Militar, GEMOL, imprensa foram as fontes que atestaram a decantada diminuição e que as pessoas fornecedoras e ao mesmo tempo analisadoras dos sedizentes dados não exercem cargos de confiança no Establishment atual contemporâneo.
Mamulengo também finge que viu a apresentação do PLANO DE SEGURANÇA PÚBLICA (inexistente), o qual de forma passional, acabado, nunca copiou, nunca açambarcou aquelas possibilidades, aquelas ideias, aqueles ideais previstos num dos melhores planos de redução da violência, ou seja, o PROJETO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA PARAÍBA “BAIRRO SEM MEDO”, assim como, sendo original, não copiou vetustas iniciativas do Governo de Pernambuco.
Se torne um Mamulengo como eu, e juntos vamos gritar afinados e altissonantes: Acredite nisto, neste, no nosso, do povo, das famílias, das instituições: O TRIUNFO DA VONTADE e denúncias de violência é só mesmo intriga dos que teimam em NÃO FINGIR, EM NÃO CRIAR O PERSONAGEM E FINGIR QUE É ELE E QUE NÃO ACREDITA SER A PROPAGANDA O TRIUNFO DA VONTADE DE ALGUÉM.
 Marinho Mendes Machado / Promotor de Justiça

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