Hoje, dia
11 do mês de março do ano de 2013, o CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS HUMANOS DO
ESTADO DA PARAÍBA – CEDHPB,protocolou junto à 7ª Vara da capital do Estado, ou
seja, na Vara das Execuções Penais de João Pessoa, uma petição requerendo a
interdição do Presídio Desembargador Flóscolo da Nóbrega, o antigo Presídio do
Roger, encravado no Bairro do Roger, em João Pessoa.
OCEDHPB resolveu
atravessar a petição com pedido de interdição total do Presídio do Roger, após
visitação dos Conselheiros dos Direitos Humanos àquela casa penal, onde ficou
constatada a superlotação, uma vez que o Presídio possui capacidade para no máximo
500 pessoas e hoje se encontra com 1.159 presidiários, os quais, amontoados,
sem camas, sem água, sem colchões e em pavilhões sem iluminação, cujas
construções estão ultrapassadas, abrigam até 41 presos em ambientes para 10.
Foi
observado e elaborado relatório, onde foram denunciadas torturas, maus tratos,
inexistência de celas, onde amontoados uns em cima dos outros, ficam vigiados
noite e dia por agentes penitenciários estressados devido à falta de condições
mínimas de trabalho, ou seja, num ambiente impróprio e inadequado, já que as
instalações ultrapassadas são fétidas, insalubres e profundamente atentatórias
à dignidade da pessoa humana.
OCEDHP invocou
em sua peça de pedido de interdição o art. 5º, da Constituição Federal, que
prevê a não submissão de qualquer ser humano a tortura e nem a tratamento
desumano ou degradante, além de ser proibido em nosso país, a chamada pena
cruel, inclusive, é mandamento constitucional o asseguramento aos presos de
respeito à integridade física e moral.
Na petição
de interdição total do Presídio do Roger, o CEDHP ainda alega o descumprimento
de lei federal pelo Governo do Estado da Paraíba, pois a Lei 7.210/84, a
conhecida Lei de Execução Penal, prevê o fornecimento de alimentação suficiente
e vestuário, assim como atribuição de trabalho e sua remuneração,
proporcionalidade na distribuição do tempo para trabalho, para descanso e para
recreação, além da assistência material à saúde, jurídica, educacional, social
e religiosa, o que não vem ocorrendo naquela casa penal.
Foi
observado que os pavilhões construídos na década de 40 estão apodrecidos, com
fios expostos, com o esgoto correndo a céu aberto em volta deles, o que causa
enorme fedentina, podridão e perigo à saúde de todos, inclusive aos servidores
daquela casa.
OCEDHPB,
espera que o Juiz das Execuções Penais de João Pessoa, tome as devidas
providências, isto de forma urgente, urgentíssima, para evitar que um mal maior
venha a acontecer e que seja garantido o mínimo de respeito à dignidade dos
presos e dos servidores, com remoção dos segregados para outros
estabelecimentos penais existentes na cidade de João Pessoa, até que uma
reforma séria e profunda, seja realizada no Presídio do Roger, inclusive para
preservar a segurança dos moradores do entorno daquele presídio, que hoje, sem
exagero ou espetaculização é um verdadeiro “barril de pólvora” e qualquer ser
humano que ali adentrar, ficará chocado com a situação denunciada, de
verdadeiro horror.
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